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Tempo

 Como ele não sente essa injustiça? Como vai conseguir mais uma vez relevar? É como se nada houvesse ocorrido. Olhando agora, rindo e conversando alegremente, não posso encontrar sinal algum de que apenas alguns momentos antes encontrava-se angustiado. Por que não sou assim? O que em mim carrego que me impede de esquecer? De relevar uma vez mais? Ou, como é mais popular, relevar cem, mil vezes mais. Como é possível que se perdõem inúmeras vezes as mesmas falhas, sem nenhum ato de contrição? Se todos os momentos se sobrepusessem as múltiplas injustiças não conformariam um crime? O tempo diminui a importância do acontecimento? O tempo é o que carrego em mim e o que me impede de esquecer? De perdoar?